O Evangelho de Barnabé
Por Samuel Green
Tradução de Wesley Nazeazeno
* Entenda 'Barnabás' como 'Barnabé'. A variação depende do tradutor.
Eu posso me lembrar bem de uma de minhas primeiras conversas com um Muçulmano. Uma das primeiras coisas que ele fez foi acusar a Igreja de ocultar o Evangelho de Barnabé. Ele disse que se eu ler o Evangelho, veria que Jesus profetizou a vinda de Mohamed. (Você mesmo já ouviu ou disse alguma coisa como essa?) Eu nunca havia ouvido falar do Evangelho de Barnabás, então eu tive que ficar quieto naquela ocasião. No entanto, eu procurei saber se o Evangelho de Barnabás era verdadeiro ou não, então comprei uma cópia de uma livraria Muçulmana e comecei a estudá-la. O artigo a seguir é uma síntese de meus resultados. Espero que você o considere útil.
Conteúdo
- O Evangelho de Barnabé e o século I d.C.
- O Evangelho de Barnabé e o Islã
- O Evangelho de Barnabé e o século XIV d.C.
- Quando o Evangelho de Barnabé foi escrito?
- A evidência Muçulmana da antiguidade do Evangelho de Barnabé
- Por que o Evangelho de Barnabé foi escrito?
- Quem escreveu o Evangelho de Barnabé?
- Conclusão
O Evangelho de Barnabé e o século I d.C.
O Evangelho de Barnabé é promovido pelos Muçulmanos como um Evangelho original escrito por um homem chamado Barnabé, o qual se declarou discípulo de Jesus (p. 2). Então eles alegam que o livro foi escrito por um Judeu do primeiro século depois de Cristo que viajou com Jesus. Se Barnabás realmente é o autor, então é justo esperarmos que ele fosse familiar com os fatos básicos da vida judaica de seu tempo. Nós agora consideraremos este livro para ver se ele corrobora com esses fatos.
a) Cristo: A palavra (Cristo) é a equivalente Grega da palavra Hebraica (Messias). Ambas palavra quando são traduzidas para o Português significam O Ungido ou O Escolhido. Ela palavra não é obscura e nem raramente utilizada, ao contrário, é uma das palavras mais famosas das religiões Cristã e Judaicas. Não há dúvidas de que um religioso Judeu como Barnabé seria bem familiar a esta palavra.
Já bem no começo do Evangelho de Barnabé, Jesus é chamado de Cristo: Durante os últimos dias, Deus nos visitou através de seu profeta Jesus Cristo (p.2). Entretanto, por toda parte do livro, Jesus nega ser o Messias: Jesus confessou e disse a verdade, “Eu não sou o Messias” (cap. 42). Como Jesus pode ser o Cristo e negar ser o Messias quando ambas as palavras significam exatamente a mesma coisa? Quem quer que seja que escreveu este livro não sabia que o significado da palavra grega Cristo é ‘Messias’. Barnabé foi um Hebreu que viveu em ilha de Ciprus, uma ilha de língua Grega, e viajou pelo mundo de língua grega do primeiro século![2]. Ele era um Hebreu e conhecia o Grego, então não poderia ter cometido esse equívoco com uma palavra tão famosa.
b) Os Regentes do século I d.C.: No capítulo 3 se diz que Herodes e Pitalos, ambos, governaram a Judéia na época do nascimento de Jesus: Ali reinaram na Judéia durante aquele tempo, Herodes, por decreto de César Augusto, e Pilatos era o governador. Esta está historicamente errado porque Herodes e Pilatos nunca governaram sobre a Judéia no mesmo tempo. Herodes governou a Judéia sozinho de 37 a 4 a.C., enquanto Pilatos governou trinta anos após, de 26 a 36 d.C.[3] O verdadeiro Barnabás viveu durante os tempos de Pilatos, então se ele realmente foi o escritos deste livro, como ele poderia ter cometido tal equívoco?
c) Geografia: No capítulos 20-21 deste livro, lemos sobre Jesus navegando para Nazaré e sendo bem-vindo pelos marinheiros daquela cidade. Ele, então, deixa Nazaré e segue para Cafarnaum:
Jesus foi para o mar da Galiléia e, tendo embarcado em um barco que ia para sua cidade de Nazaré... Tendo chegado à cidade de Nazaré, os marinheiros espalharam por toda a cidade tudo o que Jesus havia feito ... (então) Jesus partiu para Cafarnaum. (cap. 20-21).
Há um erro majoritário neste relato. Nazaré não foi uma vila pesqueira, de fato ela ficava há cerca de 14 km do mar da Galiléia e se situava nos vales de uma cadeia de montanhas![4]. Cafarnaum foi a vida pesqueira que Jesus visitou com seus discípulos, não Nazaré [5]. Nazaré e Cafarnaum foram duas cidades as quais Jesus freqüentemente visitou com seus discípulos [6], por esse razão qualquer um dos discípulos de Jesus conheceria bem essas cidades. No entanto, o autor desse livro não! Isto lança dúvidas sobre a afirmação de que ele era um discípulo de Jesus. Isso também nos faz duvidar que ele houvesse vivido naquela região.
Conclusão: o Evangelho de Barnabé comete erros básicos sobre o idioma, história e geografia do mundo Judeu do primeiro século. Esses tipos de equívocos lançam dúvida sobre a declaração de que Barnabás era mesmo do século I d.C.
2. O Evangelho de Barnabé e o Islã
O Evangelho de Barnabé esmagadoramente apóia o ensino do Islã. Entretanto, há algumas poucas e raras ocasiões em que não apóia.
a) O Messias: O Alcorão ensina que Jesus é o Messias e nunca ensinou que Mohamed é o Messias:
Ó Maria! Por certo, Allah te alvissara um Verbo, vindo dEle, seu nome é O Messias, Jesus (Alcorão 3:45, Nasr)
Porém, o Evangelho de Barnabás nega que Jesus é o Messias, e ainda diz que Mohamed é o Messias:
Jesus confessou e disse a verdade: “Eu não sou o Messias”. (cap. 42). Então disse o sacerdote: “Como será chamado o Messias?” ... (Jesus responeu) “Mohamed é seu abençoado nome (cap. 97)
Ambas idéias contradizem o Alcorão.
b) Esposas: O casamento no Alcorão liga uma mulher a um homem, mas não liga um homem a uma só mulher. Os homens Muçulmanos são livres para ter diversas mulheres (Alcorão 4:3) e um número ilimitado de servas mulheres (Alcorão 70:30). Entretanto, o Evangelho de Barnabé ensina a idéia Bíblica do casamento, de que o casamento liga um homem a uma mulher de modo equivalente.
Portanto, deixe o homem satisfazer a si mesmo com a esposa que o criador o deu, e deixe-o esquecer-se de todas as outras mulheres (cap. 115)
c) O nascimento de Jesus: O Alcorão claramente ensina que Maria sofreu dores para dar à luz a Jesus:
Então, ela o concebeu, e insulou-se com ele, em lugar longínquo. E as dores do parto levaram-na a abrigar-se ao tronco da tamareira. (Alcorão 19:22-23, Nasr)
Porém, o Evangelho de Barnabé ensina o oposto: A virgem foi envolvida por uma luz que excedia em brilho, e trouxe diante dela seu filho sem dor (cap. 3).
d) Os Céus: O Alcorão ensina que há sete céus: Os sete céus e a terra... glorificam-no (Alcorão 17:44, Nasr). No entanto, o Evangelho de Barnabé ensina que há nove céus:
Em verdade vos digo que os céus são nome, ao longo dos quais estão dispostos os planetas, que distam um do outro em quinhentos anos de jornada de um homem (cap. 178).
Ao tentar determinar quando este livro foi escrito, ajuda muito considerarmos o ponto ‘d’ novamente. Há evidências para a idéia de nove céus em outros lugares, e isso pode ajudar-nos a datar o livro.
3. O Evangelho de Barnabé e o século XIV d.C.
Há boas evidências que ligam o Evangelho de Barnabé ao século XIV d.C.
a) O Ano do Jubileu: O ano é uma celebração ordenada por Deus na Tora. É observado a cada cinqüenta anos:
E santificareis o ano qüinquagésimo e apregoareis liberdade na terra a todos os seus moradores; Ano de Jubileu vos será, e tornareis, cada um à sua possessão, e tornareis, cada um à sua família. O ano qüinquagésimo vos será jubileu; não semeareis, nem segareis o que nele nascer de si mesmo, nem nele vindimareis as uvas das vides não tratadas. (Levíticos 25:10-11, edição corrigida)
No ano 1300 d.C., o Papa Bonifácio VIII falsamente proclamou que o Jubileu deveria ser celebrado pelos Cristãos a cada cem anos ao invés dos cinqüenta. Entretanto, o Papa seguinte, Clemente VI, mudou de volta para os cinqüenta anos, e então o Jubileu foi celebrado em 1350 d.C.[8]. Conseqüentemente, na história da igreja há um período de cinqüenta anos em que muitos ensinaram que o Jubileu seria a cada cem anos. O autor do Evangelho de Barnabé sem saber acatou o falso decreto do Papa como verdadeiro e o incluiu em seu livro. Por isso que no Evangelho de Barnabé estas palavras são postas nos lábios de Jesus:
De tal maneira que o ano do Jubileu, o qual agora acontece a cada 100 anos, será reduzido pelo Messias para cada ano em cada lugar (cap. 82).
E há alguma outra evidência que poderia datar este livro ao século XIV? Sim, há sim.
b) O Céu de Dante. Dante foi um famoso e popular poeta do século XIV e demais séculos posteriores. Dentre as obras de Dante, há um livro de poesia chamado de A Divina Comédia [7]. Neste livro ele descreve a subida através dos céus para alcançar o paraíso. Dante descreve subir através de nome céus, com o paraíso sendo o décimo.
O autor do Evangelho de Barnabás descreve, do mesmo modo que Dante, nove céus antes do Paraíso:
O Paraíso é tão grande que homem algum pode medi-lo. Em verdade vos digo que os céus são nome, ao longo dos quais estão dispostos os planetas, que distam um do outro em quinhentos anos de jornada de um homem... e em verdade vos digo que o paraíso é maior do que todas as terras e céus juntos (cap. 178)
Parece que o autor do Evangelho de Barnabé pode ter tomado a idéia de nove céus lendo Dante.
c) A evidência manuscrita: A evidência para este livro é de após o século XIV. As mais antigas cópias estão escritas em Italiano e Espanhol, e são datadas do século XV ou posterior a isso [9].
4. Quando o Evangelho de Barnabé foi escrito?
Temos visto muito que o autor do Evangelho de Barnabé não era familiar à linguagem, história ou geografia do tempo de Jesus. Ele também tem muitas idéias do século XIV em seu livro e as evidências manuscritas datam do século XV para cá. Por essa razão é racional concluirmos que o Evangelho de Barnabás foi composto no século XIV d.C. e não no primeiro século por um discípulo de Jesus. Essa é uma conclusão racional? Parece razoável sim, porque até mesmo alguns estudiosos Muçulmanos concordam com essa datação:
Com respeito ao “Evangelho de Barnabé” em si, não há dúvidas de que seja uma falsificação medieval ... Ele contém anacronismos que podem datar apenas da Era Medieval e não antes, e apresenta uma compreensão deturpada das doutrinas Islâmicas, chamando o Profeta de “Messias”, de que o Islã não o chama. Além de sua noção ridícula da história sacra, ele é em seu estilo uma paródia medíocre dos Evangelhos, como os escritos de Baha Allá são do Alcorão. (Cyril Glassé, The Concise Encyclopedia of Islam, São Francisco: Harper & Row, 1989, p. 65, ênfases em negrito foram adicionadas)
(O período medieval é do século VIII até a metade do século XV d.C.)
5. A Evidência Muçulmana para a antiguidade do Evangelho de Barnabé
Não há cópias do Evangelho de Barnabé entre os rolos do Mar Morto. O conteúdo dos manuscritos do Mar Morto têm sido de conhecimento público por muitos anos e você pode aprender por conta própria quais rolos (manuscritos) foram descobertos ao ir a uma boa biblioteca e lendo livros sobre esse assunto. O que é de conhecimento público é que nenhuma porção do Evangelho de Barnabé foi encontrada no meio desses manuscritos. Este é um fato importante para se saber porque os Muçulmanos têm posto imagens dos Manuscritos do Mar Morto a capa de suas edições do Evangelho de Barnabás. Esta é uma tentativa de enganar as pessoas fazendo-as pensar que o Evangelho de Barnabás é um documento antigo. O livro exibido à direita é um exemplo de uma tentativa enganadora.
Em muitas edições modernas do Evangelho de Barnabé há uma introdução intitulada de “Como o Evangelho de Barnabé sobreviveu” [10]. Esta é uma versão reduzida do que está escrito no livro Jesus a Prophet of Islam (Jesus, um Profeta do Islã) de Muhammad ‘Ata ur-Rahim [11]. Nele o autor procura demonstrar a antiguidade do Evangelho de Barnabé. Para muitas pessoas o que Rahim escreveu os convenceu da antiguidade do Evangelho de Barnabé. Por essa razão eu examinarei agora em detalhes as evidências que ele dá.
Rahim escreve:
O Evangelho de Barnabé foi aceito como Evangelho canônico nas igrejas da Alexandria até o ano de 325 d.C. (Rahim, pg. 41)
Rahim faz essa declaração, mas você perceberá que não fornece nenhuma evidência para isso. Eu não estou informado de qualquer evidência para essa afirmação e até que alguma evidência para isso seja fornecida, esta declaração é sem fundamento.
Rahim continua:
É sabido que ele (o Evangelho de Barnabé) estava circulando no primeiro e no segundo século após o nascimento de Jesus nos escritos de Irineu (130-200 d.C.), que escreveu em apoio à Unidade Divina. Ele se opôs a Paulo quando o acusou de ser responsável pela assimilação da religião pagã Romana e da filosofia Platônica ao ensino original de Jesus. Ele fez extensas citações do Evangelho de Barnabás para dar apoio às suas visões. (Rahim, pg. 41)
Novamente vemos que Rahim faz uma declaração, mas não fornece qualquer evidência para isso. Ele declara que o antigo teólogo da Igreja, Irineu, citou o Evangelho de Barnabé em oposição ao Apóstolo Paulo. Quando essa declaração é investigada, percebe-se ser falsa. Os escritos de Irineu estão facilmente acessíveis [12] e eu os examinei e ele nunca citou o Evangelho de Barnabé. É por isso que Rahim não pode fazer alguma referência ao local onde Irineu, em suas obras, cita o Evangelho de Barnabás. E Irineu nem se opôs ao Apóstolo Paulo como Rahim alega. De fato, ele defendeu o Apóstolo Paulo e citou os escritos de Paulo como sendo escrituras providas de autoridade.
(Deus)na primeira narrativa da formação do mundo nestas palavras: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gênesis 1:1) e todas as outras coisas em sucessão; mas nem deuses ou anjos [tiveram qualquer partilha em sua obra]. Agora, que este Deus é o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Apóstolo Paulo também declarou, [dizendo] “Há um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos” (Efésios 4:6). Eu de fato já tenho provado que há um só Deus; mas demonstrarei futuramente isto dos próprios Apóstolos, e também dos discursos do Senhor (Jesus). (Irineu: Contra Heresias) [13]
Rahim continua:
Em 325 A.D., o famoso Concílio de Nicéia teve início. A doutrina da Trindade foi declarada a doutrina oficial da Igreja Paulina, e uma das conseqüências dessa decisão foram que de cerca de trezentos ou mais Evangelhos existentes naquele tempo, quatro foram escolhidos como Evangelhos oficiais da Igreja. O restante dos Evangelhos, incluindo o Evangelho de Barnabé, foram ordenados à completa destruição. Também foi decidido que todos os Evangelhos escritos em Hebraico deveriam ser destruídos. Um édito foi publicado que qualquer que fosse encontrado em posse de um Evangelho não-autorizado poderia ser condenado à morte. (Rahim, pg. 42)
Essa afirmação é totalmente sem sentido. Os éditos/cânones do Concílio de Nicéia estão livremente disponíveis para você ler, e eu o encorajo a lê-los [14]. Houve vinte éditos publicados no Concílio de Nicéia. Nenhum deles foi sobre escolher ou preterir qualquer Evangelho. E também não houve édito algum sobre executar uma pessoa por estar em ‘posse de um Evangelho não-autorizado’. Os conhecimentos de Rahim são, de fato, muito pobres; ele parece estar inventando sua própria evidência.
Rahim continua:
De fato, é sabido que o Papa manteve a salvo uma cópia do Evangelho de Barnabé em 383 d.C., e a manteve em sua biblioteca particular. (Rahim, pg. 42)
Novamente Rahim não fornece nenhuma evidência para esta declaração tão séria. É de uma sabedoria muito pobre alguém fazer tais declarações sem fornecer nenhuma evidência. Eu não estou a par de nenhuma evidência, e até que alguma evidência seja fornecida, esta declaração permanece sem base.
Rahim continua:
No quarto ano do governo do Imperador Zeno, em 478 d.C., os retos de Barnabé foram descobertos e uma cópia do Evangelho de Barnabás, escrito por suas próprias mãos, foi encontrado em seu peito. Isto está registrado no Acta Sanctorum, Boland Junii, Tomo II, páginas 422-450, publicado em Antwerp em 1698. (Rahim, pg. 43)
Quando investigamos essa declaração, percebemos ser falsa. O Acta Sanctorum (Atos dos Santos) está disponível nas melhores bibliotecas da Internet [15]. Eu li as referências a que Rahim se refere e elas não dizem o que ele afirma. O que a Acta Sanctorum realmente diz é:
As relíquias do Apóstolo Barnabé foram encontradas em Chipre sob uma cerejeira, tendo sob seu peito o Evangelho de São Mateus copiado pelas próprias mãos de Barnabás. (Acta Sanctorum, Jun II, p. 422) [16]
Novamente vemos a pobreza de conhecimento de Rahim. A história de Barnabé diz que ele foi encontrado com o Evangelho de Mateus e não com o Evangelho de Barnabé.
Na versão da obra de Rahim, encontramos na sessão introdutória do Evangelho de Barnabé uma afirmação ridícula:
A famosa Bíblia Vulgata parece ter sido baseada neste Evangelho (de Barnabé). (p. xv)
Isto é totalmente sem sentido e novamente carece de evidências. A Bíblia Vulgata é uma tradução antiga muito famosa da Bíblia para o Latim. Foi feita por Jerônimo no século IV d.C. e foi padronizada como a Bíblia (tradução) usada pela Igreja Católica Romana. Ela não contem o Evangelho de Barnabé e nem foi baseada no Evangelho de Barnabé. Jerônimo baseou sua tradução nos livros do Novo e Antigo Testamento que ele lia nos idiomas originais. [17].
A seguir, Rahim considera três documentos oficiais da igreja. Estes documentos são catálogos de quais escritos são tidos como escrituras [sacras] e quais não são. Rahim escreve:
No decreto Glasiano (sic) de 496 d.C., o Evangelium Barnabé foi incluído na lista de livros proibidos...
Barnabé também foi mencionado no Stichometry de Nicéforo como segue:
Série Nº 3, Epístola de Barnabé ... Linhas 1, 300.
e novamente, na lista dos Sessenta Livros, como segue:
Série Nº 17. Viagens e ensinos dos Apóstolos.
Série Nº 18. Epístola de Barnabé.
Série Nº 24. Evangelho Segundo Barnabé.
(Rahim, pg. 42-43)
Neste caso, Rahim corretamente apresenta as fontes. Barnabé está mencionado neles, e está registrado que houve um Evangelho e uma epístola (carta) em seu nome. Entretanto, evidências são necessárias para se estabelecer que o Evangelho de Barnabé mencionado nesses documentos é o mesmo livro que os Muçulmanos promovem hoje. Há, de fato, diversas razões para não podermos assumir que são o mesmo livro.
Primeiro, como temos visto, há boas evidências de que o moderno Evangelho de Barnabé foi composto no séulo XIV d.C., uma data que alguns estudiosos Muçulmanos aceitam.
Segundo, há evidência associada à Epístola de Barnabé. A Epístola de Barnabás aparece nestas listas com o Evangelho de Barnabé. Elas ambas são atribuídas a Barnabás, e estão registradas na mesma lista ao mesmo tempo. Por esta razão, a Epístola de Barnabás nos fornece a melhor evidência disponível para a personagem do Evangelho de Barnabás que é mencionada nessa lista. Em 1859, uma cópia do século IV d.C. da Epístola de Barnabás foi descoberta [18]. Eu estou fornecendo o texto da epístola para que você possa ler [19].
Então, o que a Epístola de Barnabé apresenta? Se ela confirma o ensino do Evangelho de Barnabé que os Muçulmanos promovem, então ela forneceria boas evidências de que este livro é, de fato, o mesmo Evangelho mencionado nessas listas. Mas ele não confirma. A Epístola de Barnabé é um documento completamente Cristão, apesar de não ser considerado uma escritura sagrada. Ela ensina a morte sacrificial de Jesus, sua ressurreição e seu senhorio.
Para esse fim o Senhor suportou oferecer Sua carne para a corrupção, para que possamos ser santificados através da remissão de pecados, a qual é efetuada pela aspersão de seu sangue. (Epístola de Barnabé, cap. 5)
Conseqüentemente, a evidência relacionada à Epístola de Barnabé sugere que o Evangelho de Barnabé mencionado nessas listas também era um documento Cristão que ensinou sua morte, ressurreição e o senhorio de Jesus. Por esta razão, o livro que os Muçulmanos estão promovendo é um livro diferente.
A seguir, Rahim apela para um velho fragmento de texto grego:
Há um fragmento solitário de uma versão Grega do Evangelho de Barnabé a ser encontrado em um museu em Atenas, que é tudo o que resta de uma cópia que foi queimada:
(Rahim, pg. 43)
O problema com essa evidência é que o texto do fragmento não é um texto do Evangelho de Barnabé! Aqui está uma tradução do texto do fragmento:
O Apóstolo Barnabé disse que nas competições nocivas, o vitorioso é mais infame porque ele vai embora com mais do pecado. [20]
Esta frase não apóia nenhuma semelhança com nenhuma outra frase no Evangelho de Barnabé. O fragmento é de um livro completamente diferente. Contudo, este fragmento não fornece nenhuma evidência para a antiguidade do Evangelho de Barnabé. Novamente os conhecimentos de Rahim estão em falta.
Conclusão: Não há nenhuma evidência de que o Evangelho de Barnabé que os Muçulmanos promovem é um documento antigo. Por essa razão, a datação para o século XIV dessa composição permanece válida.
6. Por que o Evangelho de Barnabé foi escrito?
Por que alguém do século XIV d.C. escreveria esse livro e fingiria que ele fora escrito por Barnabé no primeiro século? Qual poderia ter sido seu motivo para fazer isso? Com o objetivo de responder a essas questões, precisamos considerar o que o autor estava tentando alcançar com seu livro; o que ele estava tentando ensinar? Se pudermos entender o que ele estava tentando ensinar e convencer às pessoas, então seremos capazes de entender porquê ele escreveu esse livro. Então, o que o Evangelho de Barnabé ensina?
O tópico principal do Evangelho de Barnabás é a vida de Jesus. Ele reconta a maioria dos eventos da vida de Jesus relatados nos Evangelhos da Bíblia, mas em alguns pontos há mudanças e adições a essas histórias. Essas mudanças não são aleatórias, de fato elas seguem um modelo claro. Elas são mudanças intencionais para fazer com que os relator Bíblicos confirmem o ensino do Alcorão. Considere as seguintes modificações:
a) João, Jesus e Mohamed. Na Bíblia lemos como João Batista anunciou a vinda de Jesus:
Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar-lhe: Quem és tu? Ele fez esta declaração que confirmou sem hesitar: Eu não sou o Cristo. Pois, então, quem és?, perguntaram-lhe eles. És tu Elias? Disse ele: Não o sou. És tu o profeta? Ele respondeu: Não. Perguntaram-lhe de novo: Dize-nos, afinal, quem és, para que possamos dar uma resposta aos que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo? Ele respondeu: Eu sou a voz que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor... No dia seguinte, João viu Jesus que vinha a ele e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. (João 1:19-29)
No Evangelho de Barnabás vemos como esse relato foi transformado para fazer com que Jesus profetizasse a vinda de Mohamed, tal como o Alcorão diz que ele profetizou (Alcorão 7:157. 61:6).
Eles viram muitos vindo para encontrá-lo porque os principais dos sacerdotes decidiram entre si pegá-lo em suas próprias palavras. Pelo que enviaram os Levitas e alguns dos escribas para questioná-lo, dizendo: “Quem és tu?” Jesus confessou e disse a verdade: “Eu não sou o Messias.” Eles disseram: “Tu és Elias ou Jeremias, ou alguns dos profetas antigos?” Jesus respondeu: “Não”. Então disseram eles: “Quem és tu? Diga, assim poderemos dar testemunho àqueles que nos enviaram.” Então Jesus disse: “Eu sou a voz do que clama por toda a Judéia, e clama: ‘Prepare o caminho para o mensageiro do Senhor’, tal como está escrito em Isaías;” (capítulo 42)
Então disse o Sacerdote: “Como o Messias há de ser chamado...” Jesus respondeu: “O nome do Messias é admirável... Mohamed é seu bendito nome (cap. 97).
b) O Filho de Deus. Na Bíblia o título de filho de Deus é um título dado à nação de Israel (Êxodo 4:21-23) e também a todos os seus reis (II Samuel 7:11-14, Salmos 2). Jesus foi o rei prometido a Israel, o Cristo, O Messias, são todos títulos dados a ele. Na Bíblia vemos o apóstolo Pedro identificando Jesus como esse Rei:
E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas. Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus. (Mateus 16:13-17)
Contrariamente à Bíblia, o Alcorão ensina que Jesus não é o filho de Deus (Alcorão 9:30). No Evangelho de Barnabás vemos que seu autor alterou a confissão de Pedro para se conformar com o que o Alcorão diz:
(Jesus) perguntou aos discípulos, dizendo: “O que os homens dizem de mim?”. Eles disseram: “Alguns dizem que tu és Elias, outros Jeremias, e alguns dizem ser alguns dos antigos profetas.” Jesus respondeu, “E vós; quem dizeis vós que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, filho de Deus”. Então Jesus de enfureceu e com sua fúria os repreendeu dizendo: “Vão embora, me deixem” (cap. 70)
c) A morte de Jesus. A Bíblia claramente ensina que Jesus foi crucificado e morto:
Então (Pilatos) soltou-lhes Barrabás, e, tendo mandado açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado... E, quando saíam, encontraram um homem cireneu, chamado Simão, a quem constrangeram a levar a sua cruz... E, havendo-o crucificado, repartiram as suas vestes... E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito. (Mateus 27:26-50)
Contrariamente à Bíblia, o Alcorão ensina que Jesus não foi crucificado e não morreu na cruz (Alcorão 4:156-157). Novamente, no Evangelho de Barnabás vemos que o autor alterou a crucificação de Jesus para entrar em conformidade com o que o Alcorão diz:
Deus agiu maravilhosamente, de modo que Judas teve tanto sua voz quanto sua face mudadas para se parecer com Jesus. Os soldados tomaram a Judas e o amarraram... Então o conduziram ao Monte Calvário onde eles costumavam enforcar os malfeitores, e lá eles o crucificaram. (cap. 216-217).
Esses exemplos mostram como o autor do Evangelho de Barnabás sistematicamente reescreveu o Evangelho Bíblico para fazê-lo concordar com o Alcorão. Somente em raras ocasiões ele comete algum erro (veja a seção 2). Quando consideramos essas mudanças, podemos entender o que o autor tentava alcançar. Ele estava reescrevendo o Evangelho para que agora concordasse com o Alcorão; ele estava tentando convencer as pessoas de que Jesus ensinou o que o Alcorão ensina.
Reescrever o Evangelho para fazer com que ele concorde com o Alcorão já aconteceu em outros locais. Em 1979 o estudioso Muçulmano, Ahmad Shafaat, reescreveu o Evangelho Bíblico para islamizá-lo. Seu livro chama-se The Gospel According to Islam (i.e. “O Evangelho Segundo o Islã”).
Ahmad Shafaat diz sobre seu Evangelho:
O livro diante de você é um Evangelho. Foi escrito à luz da revelação que Deus faz ao profeta Mohamed... A base desse livro está acrescida por alguns materiais (a maioria derivada do Novo Testamento e algumas vezes transformada conformemente com a revelação do Alcorão) para formar um Evangelho da medida aproximada de Marcos... Como dissemos anteriormente, este livro é oferecido como um novo Evangelho, um equivalente Muçulmano, uma alternativa para os Evangelhos existentes. (Ahmad Shafaat, The Gospel According to Islam, New York: Vantage Press, 1979, pp. 1-2)
Ahmad Shafaat explicou muito claramente o que ele fez. Ele reescreveu o Evangelho Bíblico formando-o de acordo com o Alcorão. Ele chama seu novo livro de ‘um Evangelho’; ele é escrito com capítulos e versos e oferece uma alternativa aos Evangelhos Bíblicos.
Ler o “Evangelho Segundo o Islã” é exatamente como ler o Evangelho de Barnabás. Exatamente tal como o Evangelho de Barnabás modifica os relatos Bíblicos para fazê-los concordar com o Alcorão, o ‘Evangelho Segundo o Islã’ faz o mesmo. Considere agora como o ‘Evangelho Segundo o Islã’ reescreve a crucificação de Jesus de modo que concorde com o Alcorão:
E Pilatos deu uma ordem, de que Jesus Barrabás fosse libertado. Mas os oficiais que receberam a ordem cometeram um erro e soltaram a Jesus de Nazaré, e crucificaram a Jesus Barrabás. E quando foi solto, partiu para a Galiléia e encontrou dois viajantes que seguiam para Emaús... e Jesus respondeu a eles, Veja, Jesus de Nazaré não está crucificado e nem morto, mas ele vive. (26:21-30, The Gospel According to Islam)
E exatamente como no Evangelho de Barnabás fizeram com que Jesus profetizasse a vinda de outro profeta, também no ‘Evangelho Segundo o Islã’ fazem com que Jesus profetize a respeito de outro profeta:
Ele me (Jesus) pôs por sinal aos homens e como misericórdia sua. Este foi uma determinação... Que eu possa levar ao mundo as boas novas de um mensageiro que virá após mim como luz e misericórdia para todas as nações; seu nome será chamado de Admirável. (2:21-3:1, The Gospel According to Islam)
E então será levantado o Homem da perfeição com grande poder e glória, e ele edificará uma nova casa de oração ... Então Pedro indagou Jesus, Mestre, diga-nos qual é esse bendito nome. E Jesus respondeu, dizendo, Seu nome será Admirável, Conselheiro, tal como foi profetizado por Isaías. (23:15-20, The Gospel According to Islam)
Também é interessante ver que outros líderes Muçulmanos têm reescrito muitos livros para fazê-los concordar com o Islã. Em agosto de 2006, os líderes Muçulmanos Turcos reescreveram 100 histórias famosas para publicar na Turquia:
Pinóquio, Tom Sawyer e outras personagens foram convertidas ao Islã em novas versões de 100 histórias clássicas no currículo de uma escola Turca ... Poliana, vista por muito como a e personificação do perdão Cristão, (agora) diz que crê no fim do mundo como foi predito no Alcorão. (Malcoln Moore, The Daily Telegraph (UK), 31/08/2006)[21]
Conclusão. Os autores do Evangelho de Barnabás e do Evangelho Segundo o Islã têm, ambos, reescrito o Evangelho Bíblico para fazê-lo concordar com o Alcorão. O objetivo desses livros é tentar convencer as pessoas que Jesus ensinou o Islã e profetizou a vinda de Mohamed.
7. Quem escreveu o Evangelho de Barnabás?
O conteúdo do Evangelho de Barnabás nos fornece a melhor evidência para sabermos quem o escreveu. Como temos visto, o conteúdo, método e estilo do livro são muito similares ao Evangelho Segundo o Islã escrito por Ahmad Shafaat. Já que sabemos que Ahmad Shafaat é um Muçulmano, é mais do que aparente que o autor do Evangelho de Barnabás também foi um Muçulmano que reescreveu o Evangelho de um modo similar ao de Ahmad Shafaat. Quem mais, exceto um Muçulmano, ia querer fazer com que o Evangelho concordasse com o Islã?
Alguns Muçulmanos têm me dito que já que o Evangelho de Barnabás possui alguns ensinos menores que contrariam o Alcorão (seção 2), isto prova que ele não foi escrito por um Muçulmano, porque um Muçulmano não cometeria esses equívocos. Entretanto, apenas porque um autor comete alguns poucos equívocos menores sobre o Islã, não significam que ele não é um Muçulmano. Os autores Islâmicos atuais continuam cometendo pequenos erros em seus escritos. Isto não significa que eles não são Muçulmanos, isto apenas significa que eles estão aprendendo, exatamente como todos nós. Acontece o mesmo com o autor do Evangelho de Barnabás. Assim, continua muito provável que o autor do Evangelho de Barnabás foi um Muçulmano.
8. Conclusão
O Evangelho de Barnabás não é um Evangelho autêntico de Jesus. O autor não entende o idioma, história ou geografia do primeiro século d.C. e também não há evidência para a antiguidade do livro. A evidência interna do livro sugere que ele foi escrito no século XIV, e há estudiosos Muçulmanos que concordam com essa datação. O livro é uma reescrita do Evangelho Bíblico, muito provavelmente feita por um Muçulmano que procurou mostrar que Jesus ensinou o Islã e profetizou a vinda de Mohamed. Este tipo de reescrita tem sido feita em outros locais por Muçulmanos no Evangelho Segundo o Islã. Este tipo conduta é vergonhoso, e é uma vergonha para os Muçulmanos continuarem a publicar, promover e distribuir falsas escrituras.
Notas finais
[1] Há um Barnabás mencionado na Bíblia: Atos 4:36-37, 11:19-30
[2] Atos 4:36, 14:8ss
[3] FF Bruce, Israel and the Nations, Exeter: Paternoster Press, 1973, p. 240.
[4] "Narareth", New Bible Dictionary, Inglaterra: IVP, 1987, p. 819
[5] João 6:16-21
[6] Mateus 2:23, 4:13, 8:5, 11:23, 17:24, 21:11, 26:71, Luke 4:16
[7] Dante Alighieri, A Divina Comédia, secção: Paradiso.
[8] Herbert Thurston, The Holy Year of Jubilee, Londres: Sands & Co., 1900, p. 5
[9] J.E. Flectchure, "The Spanish Gospel of Barnabas", Novum Testamentum, vol. XVIII, 1976, pp. 314-320. Also, Iskandar Jadeed, The Gospel of Barnabas - A False Testimony, Suiça: The Good Way, p. 6, não-datado.
[10] "How the Gospel of Barnabas Survived", The Gospel of Barnabas, Lahore: Islamic Publications (PVT.) Limited, 1993, pp. xv-xvi. Disponível Online
[11] Muhammad `Ata ur-Rahim, Jesus A Prophet of Islam, Karachi: Begun Aisha Bawany Waqf, 1981, pp. 41-43.
[12] As obras de Irineu podem sem encontrada em Ante-Nicene Fathers (Padres Anti-Nicenos), ed. Alexander Roberts, D.D. & James Donaldson, LL.D.; Massachusetts: Hendrickson, 1995, vol. 1, pp. 315-578. Disponível online em The Early Church Fathers
[13] Ibid., "Irenaeus Against Heresies", livro 2, capítulo 2, pg. 362.
[14] Leia os éditos do Concílio de Nicéia
[15] Joannes Bollandus, et al, Acta Sanctorum. Reimpressão. Originalmente publicado: Antuerpiae: Apud Ioannem Meursium, 1643-. Acta Sanctorum online
[16] Ibid., Acta Sanctorum, Jun II, p. 422. Traduzida do Latim por Fr. Max Polak.
[17] Jerônimo e a Bíblia Vulgata, Enciclopédia Católica
[18] Early Christian Writings, ed. Betty Radice; Londres: Penguin Books, 1987, pp. 155-158.
[19] Leia a você mesmo a Epístola de Barnabás (inglês)
[20] Traduzido por John Lee.
[21] Vários artigos sobre a republicação alterada de histórias infantis feitas por Muçulmanos:
- Malcolm Moore, Pinocchio and friends converted to Islam, The Daily Telegraph (UK) 31/08/2006
- Malcolm Moore, Pinocchio, Tom Sawyer Now Muslim In New Turkish Versions of Classics, The New York Sun, August 31, 2006
- http://www.sweetness-light.com/archive/schoolbooks-make-pinocchio-tom-sawyer-muslim
- http://www.ynetnews.com/articles/0,7340,L-3298359,00.html
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Mohamed, Maomé, Muhamed, Mohammed, Islã, Islam, Alcorão, Al-Corão, Quran, Korão, Al-Korão, hadith, hadice, sharia, tafsir, islamismo.