Respondendo ao islã

Os múltiplos casamentos de Mohamed

Sam Shamoun

Tradução de Wesley Nazeazeno

 

O Alcorão limita em quatro o número de esposas que um Muçulmano pode ter:

Se temerdes ser injustos no trato com os órfãos, podereis desposar duas, três ou quatro das que vos aprouver, entre as mulheres. Mas, se temerdes não poder ser eqüitativos para com elas, casai, então, com uma só, ou conformai-vos com o que tender à mão. Isso é o mais adequado, para evitar que cometais injustiças. (Sura 4:3)

Em pelo menos duas ocasiões Mohamed forçou certo homem que tinha mais de quatro esposas a se divorciar de algumas delas:

Narrou Abdullah ibn Umar
Ghaylan ibn Salamah ath-Thaqafi aceitou o Islã e tinha dez esposas no período anterior a haver recebido para si o Islã; então o Profeta (paz seja sobre ele) disse a ele para manter quatro delas e se separar do restante.
Ahmad, Tirmidhi e Ibn Majah transmitiram isso. (Al-Tirmidhi, número 945, extraído do Alim CD-Rom Version)

Narrou Al-Harith ibn Qays al-Asadi
Quando abracei o Islã, eu tinha oito esposas. Então mencionei isso ao Profeta (paz seja sobre ele). O Profeta (paz seja sobre ele) disse: Escolha quatro delas. (Sunan Abu Dawud, Livro 12, Número 2233)

Não obstante, Mohamed falhou em viver seus próprios princípios, já que ele teve mais do que quatro esposas e não as tratou imparcialmente:

Ó Profeta, em verdade, tornamos lícitas, para ti as esposas que tenhas dotado, assim como as que a tua mão direita possui (cativas), que Deus tenha feito cair em tuas mãos, as filhas de teus tios e tias paternas, as filhas de teus tios e tias maternas, que migraram contigo, bem como toda a mulher fiel que se dedicar ao Profeta, por gosto, e uma vez que o Profeta queira desposá-la; este é um privilégio exclusivo teu, vedado aos demais fiéis. Bem sabemos o que lhes impusemos (aos demais), em relação às suas esposas e às que suas mãos direita possuem, a fim de que não haja inconveniente algum para ti. E Deus é Indulgente, Misericordioso. Podes abandonar, dentre elas, as que desejares e tomar as que te agradarem; e se desejares tomar de novo a qualquer delas que tiveres abandonado, não terás culpa alguma. Esse proceder será sensato para que se refresquem seus olhos, não se aflijam e se satisfaçam com o que tiveres concedido a todas, pois Deus sabe o que encerram os vossos corações; e Deus, é Tolerante, Sapientíssimo. Alem dessas não te será permitido casares com outras, nem trocá-las por outras mulheres, ainda que suas belezas te encantarem, com exceção das que a tua mão direita possua. E Deus é Observador de tudo. (Sura 33:50-52)

As hadices declaram:

Narrou Qatada:
Anas bin Malik disse: “O Profeta se habituou a visitar todas suas esposas de uma só vez durante o dia e a noite, elas eram em NÚMERO DE ONZE.” Eu perguntei a Anas, “O Profeta tem força para isso?” Anas replicou, “Estamos acostumados a dizer que o Profeta tem a força de trinta (homens)”. E Sa'id disse com a autoridade de Qatada que Anas havia dito a ele sobre nove mulheres apenas (não onze). (Sahih al-Bukari, Volume 1, Livro 5, Número 268)

Narrou ‘Ata:
Nos apresentamos a nós mesmos a Ibn ‘Abbas no procissão do funeral de Maimuna, em um lugar chamado Sarif. ‘Abbas disse, “Esta é a esposa do profeta, então quando você levantar a esquife dela, não a sacuda ou sacolhe muito, mas caminhe com calma porque o Profeta teve NOVE ESPOSAS e se habitua a observar os turnos da noite com nove delas, E PARA UMA DEAS NÃO HOUVE TURNO DA NOITE.” (Sahih al-Bukari, Volume 7, Livro 62, Número 5)

Um biógrafo moderno de Mohamed fornece o nome de suas esposas e concubinas:

A Família Profética

 1. Khadijah Bint Khuwailid: Em Mecca — antes da Hégira — a família do Profeta era composta por ele (saw) e sua esposa Khadijah bint Khuwailid. Ela tinha vinte e cinco anos e ela quarenta anos quando se casaram. Ela foi a primeira mulher com que ele se casou. Ela foi a única esposa que ele teve, até que ela morresse. Ele teve filhos e filhas com ela. Nenhum de seus filhos viveu muito. Todos eles morreram. Suas filhas foram Zainab, Ruqaiya, Umm Kulthum e Fátima.

Zainab foi casada com seu primo por parte de mãe, Abu Al-‘As bin Al-Rabi e isto foi antes da Al-Hijra (Hégira). Ruqaiya e Umm Kulthum foram ambas casadas com ‘Uthman bin ‘Affan, sucessivamente (i.e. ele se casou com uma após o falecimento da outra). Fátima casou-se com ‘Ali bin Abi Talib, e isto foi no período entre as batalhas de Badr e Uhud. Os filhos e filhas que Fátima e ‘Ali tiveram, foram Al-Hasan, Al-Husain, Zainad e Umm Kulthum.

É bem sabido que o Profefa (saw) foi excepcionalmente autorizado a ter mais do que quatro mulheres por diversas razões. As esposas com que ele se casou foram treze. Nove delas continuaram vivendo após ele. Duas morreram durante sua vida: Khadijah e a Mãe dos pobres (Umm Al-Masakeen) — Além delas, houve Zainab bint Khuzaima com quem ele não consumou seu casamento.

2. Sawdah bint Zam’a: Ele se casou com ela em Shawwal, no décimo ano de seu ofício profético, poucos dias após a morte de Khadijah. Antes disso, ela foi casada com um primo por parte de pai, chamado As-Sakran bin ‘Amr.

3. ‘Aishah bint Abu Bakr: Ele se casou com ela décimo primeiro ano de seu ofício profético, um ano após se casar com Sawdah, e dois ano e cinco meses antes da Al-Hijra. Ela tinha seis anos de idade quando se casou com ela. Entretanto, não consumou seu casamento com ela até sete meses após a Al-Hijra, e isso foi em Medina. Ela tinha nove anos então. Ela foi a única virgem com quem ele se casou, e para ele, ela era a mais amada das criaturas. Como mulher, ela foi a mais entendida em jurisprudência.

4. Hafsah bint ‘Umar bin Al-Khattab: Ela estava Aiyim (i.e. sem marido). Seu ex-marido foi Khunais bin Hudhafa As-Sahmi no período entre as batalhar de Badr e Uhud. O Mensageiro de Allá (saw) casou-se com ela no terceiro ano da Al-Hijra.

5. Zainab bint Khuzaimah: Ela era de Bani Hilal bin ‘Amir bin Sa'as’a. Teve o nome mudado para Umm Al-Masakeen por causa de sua bondade e zela para com os seus próximos. Ela foi a esposa de ‘Abdullah bin Jahsh, o qual foi martirizado em Uhud. Casou-se com o Profeta (saw) no quarto ano da Al-Hijra, mas morreu dois ou três meses depois do casamento com o Mensageiro de Allá (saw).

6. Umm Salamah Hind bint Abi Omaiyah: Ela foi esposa de Abu Salamah, o qual morreu em Jumada Al-Akhir, no quarto ano da Al-Hijra. O Mensageiro de Allá (saw) casou-se com ela no mesmo ano.

7. Zainab bint Jahsh bin Riyab: Ela foi de Bani Asad bin Khuzaimah e era prima do Mensageiro por parte de pai. Casou-se com Zaid bin Haritha — o qual era então considerado filho do Profeta (saw). Entretanto, Zaid divorciou-se dela. Allá enviou alguns versos do Alcorão a respeito disso:

“Porém, quando Zaid resolveu dissolver o seu casamento com a necessária (formalidade), permitimos que tu a desposasses”. (Alcorão 33:37)

Sobre ela, Allá revelou alguns versos do capítulo de Al-Ahzab que discutem com detalhes a adoção de filhos — de qualquer forma discutiremos isso depois. O Mensageiro de Allá (saw) casou-se com Dhul-Qa’dah no quinto ano da Al-Hijra.

8. Juwairiyah bint Al-Harith: Al-Harith foi o cabeça de Bani Al-Mustaliq de Khuza’ah. Juwairiyah estava entre os despojos que caíram nas mãos dos Muçulmanos de Bani Al-Mustaliq. Ela foi uma porção da parte de Thabit bin Qais bin Shammas’. Ele fez uma aliança de que a libertaria após um certo tempo. O Mensageiro de Allá (saw) consumou a aliança e casou-se com ela em Sha’ban no sexto ano da Al-Hijra.

9. Umm Habibah: Ramlah, a filha de Abu Sufyan. Ela foi casada com ‘Ubaidullah bin Jahsh. Ela migrou com ele para a Abissínia (Etiópia). Quando ‘Ubaidullah se apostatou e se tornou Cristão, ela se manteve inabalável à sua religião e recusou-se a se converter. Entretanto, ‘Ubaidullah morreu na Abissínia (Etiópia). O Mensageiro de Allá (saw) enviou rapidamente ‘Amr bin Omaiyah ad-Damri com uma carta a Negus, o rei, pedindo a ele a mão de Umm Habibah — isto foi em Muharram, no sétimo ano da Al-Hijra. Negus concordou e a enviou ao Profeta (saw) em companhia de Shahabeel bin Hasnah.

10. Safiyah bint Huyai bin Akhtab: Dos filhos de Israel, ela foi parte do despojo obtido da batalha de Khaibar. O Mensageiro de Allá (saw) tomou-a ele próprio. Ele a libertou e casou-se com ela após esta conquista no sétimo ano da Al-Hijra.

11. Maimunah bint Al-Harith: A filha de Al-Harith e irmã de Umm Al-Fadl Lubabah bint Al-Harith. O Profeta (saw) casou-se com ela após ‘Umrah compensatória (peregrinagem inferior). Isto foi em Dhul-Qa’dah no sétimo ano da Al-Hijra.

Esta foram as onze esposas com que o Mensageiro de Allá (saw) se casou e consumou o casamento. Ele viveu mais que duas esposas — Khadijah e Zainab, a Umm Al-Masakeen. Nove delas viveram mais do que ele.

As duas esposas com que ele não consumou seu casamento foram, uma de Bani Kilab e a outra de Kindah, e esta era chamada de Al-Jauniyah.

Além disso, ele teve duas concubinas. A primeira foi Mariyah, a Copta (uma Cristã do Egito), um presente de Al-Muqauqis, vice-administrador do Egito — ela deu à sua a seu filho Ibrahim o qual morreu em Medina enquanto ainda era criancinha, em 28 ou 29 de Shawwal do ano de 10 A.H., i.e., em 27 de janeiro de 632 d.C. A segunda foi Raihanah bint Zaid Na-Nadriyah ou Quraziyah, uma cativa de Bani Quraiza. Algumas pessoas dizem que ela foi uma de suas esposas, no entanto, Ibn Al-Qaiyim dá mais peso à primeira versão. Abu ‘Ubaidah falou de mais duas concubinas, Jameelah, uma cativa, e uma outra, uma escrava oferecida a ele por Zainab bint Jahsh. [Za’d Al-Ma’ad 1/29] (Ar-Raheeq Al-Makhtum (THE SEALED NECTAR) Biography of the Noble Prophet, Saif-ur-Rahman al-Mubarakpuri [Maktaba Dar-us-Salam Publishers & Distributors, Primeira Edição, 1995], “The Prophetic Household”, pp. 483-485; fonte online)

Al-Mubarakpuri diz, a respeito do casamento de Mohamed com a divorciada de seu filho adotivo que:

Os hipócritas levantaram um monte de suspeitas e fizeram uma ampla propaganda falsa contra este casamento. Seus atos e falas sobre este casamento tiveram efeitos nocivos sobre aqueles Muçulmanos cuja fé ainda era fraca, particularmente a Zainab que foi a quinta esposa — e o Alcorão limitou o número (de esposas) para até quatro somente; Zaid era, tradicionalmente, seu filho, e um pai se casar com a esposa divorciada de seu filho era um pecado abominável aos olhos dos Árabes.

Al-Ahzab Surah foi revelada para dar luz completa sobre esses dois assuntos, i.e., o Islã não reconhece a adoção de filhos, e ao Profeta (saw) foi dado (por Allá) mais liberdade no que diz respeito ao número de esposas que ela podia ter do que aos outros Muçulmanos com o objetivo de alcançar propósitos mais nobres e honrosos. (Ibid., pp. 489-490; ênfases em negrito e sublinhado são minhas).

Isso não demonstra uma surpreendente medida de hipocrisia da parte de Mohamed?

E há mais.

Alguns Muçulmanos afirmam que a Sura 33:52 proibiu Mohamed de se casar com mais esposas. Esta explicação não faz nada para refutar o fato de que Mohamed continuou tendo mais do que quatro esposas. Além do mais, alguns eruditos Muçulmanos dizem que a Sura 33:52 foi ab-rogada pela 33:50. Aqui está um comentário de um renovado estudioso Sunita, Ibn Kathir:

Mais do que um estudioso apenas, tais como Ibn ‘Abbas, Mujahid, Ad-Dahhak, Qatadah, Ibn Zayid, Ibn Jarir e outros, disseram que este Ayah foi revelado como um prêmio às esposas do Profeta, expressando o prazer de Allá pela decisão excelente delas em escolher Allá e Seu Mensageiro e a Casa do Além quando o Mensageiro do Allá às deu o direito de escolha, tal como afirmamos acima. Quando elas escolheram o Mensageiro de Allá, o prêmio de Allá a ela foi que Allá restringiu-o (a Mohamed) a aquelas esposas, e proibiu-o de se casar com qualquer uma outra ou de trocá-las por outras esposas, mesmo que ele fosse atraído pela beleza delas — à parte estão as escravas e as prisioneiras de guerra, em consideração ao fato de que não houve pecado nele. ENTÃO ALLÁ REMOVEU A RESTRIÇÃO DECLARADA NESTE AYAH E PERMITIU-O SE CASAR COM MAIS MULHERES, mas ele não se casou com nenhuma mais, então o favor do Mensageiro de Allá para com elas seria claro.

Imam Ahmad registrou que ‘A’ishah, que Allá a recompense, disse: “O Mensageiro de Allá não morreu até que Allá permitiu mulheres para ele (para que se casasse)”. Isto também foi registrado por Al-Tirmidhi e An-Nasa’i em suas Sunás. (Tafsir ibn Kathir, Abridged, Volume 8, Sura Al-Ahzab, Verso 51 AO FIM DA suRA Ad-Dukhan, p. 21; ênfases em negrito e letras maiúsculas são minhas).

Ibn Kathir escreveu em outro lugar que:

Quando as esposas fizeram a escolha de serem esposas dele, o Profeta foi .... proibido de divorciar-se delas? Os estudiosos firmemente sugeriram que ele não fora proibido; entretanto, Allá ... primeiramente, negou-lhe outras mulheres como um recompensa às esposas do Profeta (porque escolheram a Allá, seu profeta e a Vida Futura), então Ele ... fez isso permitido a ele ... ‘Aisha ... disse: “Antes de sua morte, foram legitimadas para se casar com ele” transmitido por Ashafi. (The Seerah of Prophet of Muhammad (S.A.W.), reunido por Muhammad Ali Al-Halabi Al-Athari [Al-Firdous Ltd., Londres, 2001: Primeira Edição], Parte II, pp. 99-100, ênfases em negrito são minhas)

O que é surpreendente é que a Sura 33:50 supostamente deveria ter vindo antes da 33:52, o que significa que um verso mais antigo cancelou um que veio depois! O antigo estudioso Muçulmano do Irã, Ali Dashti, fez menção sobre este estranho fenômeno:

“Na opinião de Zamakhshari, as palavras ‘A’esha mostram que o verso 52 foi ab-rogado pelo verso 49 (‘Ó Profeta, em verdade, tornamos lícitas, para ti ...’). Mas, um verso ab-rogador necessita vir após o outro ab-rogado. Apesar disso, Soyuti, em seu tratado sobre os problemas do Alcorão intitulado de ol-Etqan, mantém que neste caso o verso mais antigo cancelou o posterior.” (Dashti, 23 years: A Study of the Prophetic Career of Mohammad [Mazda Publishers Costa Mesa, CA 1994; ISBN 1568590296], pg. 128. Ênfases em negrito são minhas)

Que discurso confuso! À luz dos precedentes, não se torna nada surpreendente que as hadices registram Aisha zombeteiramente falando sobre os privilégios de maritais de Mohamed:

Narrou Aisha:
Eu menosprezava aquelas moças que davam a si mesmas ao Apóstolo de Allá e tive de dizer, “Pode uma moça dar a si mesma (a um homem)?” Mas, quand o Allá revelou: “Podes abandonar, dentre elas, as que desejares e tomar as que te agradarem; e se desejares tomar de novo (temporariamente) a qualquer delas que tiveres abandonado, não terás culpa alguma.” (33:51) Eu disse (ao Profeta), “Sinto que seu Senhor se apressa em cumprir seus desejos e vontades.” (Sahih Al-Bukhari, volume 6, Livro 60, Número 311)

Para leitura futura

An Examination of Muhammad’s Marriage Privileges
Muhammad's Multiple Marriages

 * This article is a translation of "Muhammad’s Multiplicity of Marriages" - original

* Este artigo é uma tradução de "Muhammad’s Multiplicity of Marriages" - original

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Palavras-chave

Mohamed, Maomé, Muhamed, Mohammed, Islã, Islam, Alcorão, Al-Corão, Quran, Korão, Al-Korão, hadith, hadice, sharia, tafsir, islamismo.

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