Os versos satânicos e suas implicações
Por Samuel Green
Em 1989 o Aiatolá Khomeini publicou uma fátua chamando à morte Salman Rushdie, após Rushdie ter publicado um livro entitulado de The Satanic Verses [1] (“Os Versos Satânicos”). O título do livro veio de um evento ocorrido na vida de Mohamed. Este evento está plenamente registrado e é aceito como autêntico pelos estudiosos antigos: Ibn Ishaq [2], Wakidi, Ibn Sa'd [3], Tabari [4] e Bukhari [5] dão uma importância parcial. Neste artigo eu consultarei estes estudiosos Islâmicos. Ibn Ishaq é o mais antigo destes importantes estudiosos da vida de Mohamed e seu material completo é provido como um apêndice. Enquanto este evento é bem documentado pelas fontes originais Islâmicas, nos dias atuais os líderes Muçulmanos raramente falam aos seus fiéis ou ao público geral sobre isso.
Os Eventos Circunstanciais dos Versos Satânicos
Enquanto Mohamed estava em Mecca seu desejo era que aquele povo, os Quraysh, o aceitassem como profeta e também a religião que ele estava ensinando. Eles não foram receptivos para com ele e dificultaram a vida dele e de seus seguidores, e muitos de seus seguidores fugiram para a Abissínia Cristã buscando proteção. Isto foi antes de Mohamed recitar a Surata 53 (An-Najm) com os seguintes versos:
Vocês têm refletido sobre al-Lat, al-Uzza e Manat, a terceira ... estes são os exaltados Gharaniq (uma ave que voa alto) [6] aos quais a intercessão está aprovada. (Ibn Ishaq, pp. 165-166)
Al-Lat, al-Uzza e Manat foram alguns dos ídolos locais adorados em Mecca. Anteriormente Mohamed teria falado contra eles em um sermão monoteísta mas agora ele recitou que sua “intercessão está aprovada”.
Quando os Quraysh (Curaixitas) ourivam isto, eles ficaram encantados e grandemente satisfeitos com o modo que ele falou de seus deuses e eles ouviram-no... Então o povo se dispersou e os Quraysh se foram, deleitosos sobre o que estava sendo dito sobre seus deuses, dizendo, “Mohamed tem falado de nossos deuses de um modo esplêndido”. (Ibn Ishaq, p. 166) O Apóstolo de Allá, que Allá o abençoe, repetiu-lhes (os versos), e ele prosseguiu recitando toda a Surata (53) e então caiu em prostração, e o povo (os Quraysh) caíram prostrados com ele. (Ibn Sa’ad, vol 1, p. 237)
Imam Bukhari também confirma que após Mohamed recitar a Surata 53 os Quraysh aceitaram Mohamed e oraram com ele:
Narrou Ibn Abbas: O Profeta... prostrou-se enquanto recitava An-Najm (Surata 53) e com ele se prostraram os Muçulmanos, os pagãos (Quraysh), os jinns, e todos os seres humanos. (Bukhari: volume 2, livro 19, número 177, Khan)
O desejo de Mohamed foi realizado; os Quraysh o aceitaram. Os Muçulmanos que fugiram para Abissínia ouviram sobre isso e muitos deles começaram a retornar para Mecca. Os Quraysh aceitaram Mohamed porque ele teria “falado de (seus) deuses de modo esplêndido” (Ibn Ishaq, p. 166). A explanação Islâmica sobre como Mohamed aceitou os ídolos é que procurava um meio de atrair os Quraysh e Satanás usou esta oportunidade para pôr estas palavras nos lábios de Mohamed:
Agora o apóstolo estava ansioso pelo bem-estar de seu povo, desejando atrair-los do mais distante que ele pudesse. Disto foi mencionado que ele procurou por muito tempo um modo de os atrair... (e) Satanás, enquanto ele (Mohamed) estava meditando sobre isto, e desejando trazer isto (reconciliação) a seu povo, pôs em sua língua “estes são os exaltados Gharaniq [6] aos quais a intercessão está aprovada”. (Ibn Ishaq, pp. 165-166).
É isto o que se entende pela frase, os Versos Satânicos; eles foram palavras que Mohamed falaram de Satanás. Os Islamitas relatam que então o anjo Gabriel repreendeu Mohamed e relatou-o sobre o que ele havia dito:
Então Gabriel veio ao apóstolo e disse, “O que você fez, Mohamed? Você tem lido a este povo coisas que eu não trouxe a você de Deus e você tem dito o que Ele não lhe disse.” (Ibn Ishaq, p. 166)
Mohamed anunciou que Gabriel agora teria a ele dito para falar contra os ídolos e também que o que ele havia recitado mudou. Anteriormente isto teria sido:
Vocês têm refletido sobre al-Lat, al-Uzza e Manat, a terceira ... estes são os exaltados Gharaniq (uma ave que voa alto) [6] aos quais a intercessão está aprovada. (Ibn Ishaq, pp. 165-166)
Agora o verso veio a ser:
Considerai Al-Lát e Al-Uzza. E a outra, a terceira, Manata.
Porventura, pertence-vos o sexo masculino e a Ele o feminino? Tal, então, seria uma partilha injusta. Tais não são mais do que nomes, com que as denominastes, vós e vossos antepassados, acerca do que Deus não vos conferiu autoridade alguma. (Alcorão 53:19-23)
A forma final do verso é o que está agora no moderno Alcorão.
Os Quraysh viram que agora Mohamed mudou sua mensagem:
Quando a anulação do que Satanás pôs sobre a língua do profeta vindo de Deus, os Quraysh disseram: “Mohamed se arrependeu do que ele disse acerca da posição de nossos deuses com Allá, alterou isso e trouxe outras coisas”. (Ibn Ishaq, p. 166, 167)
Esta explicação, de que Satanás pôs estas palavras na língua de Mohamed e Deus agora cancelara isso, agora teve de ser justificada tanto para seus seguidores quanto para os Quraysh. A resposta veio ao se referir a outra parte do Alcorão:
Antes de ti, jamais enviamos mensageiro ou profeta algum, sem que Satanás o sugestionasse em sua predicação; porém, Deus anula o que aventa Satanás, e então prescreve as Suas leis. (Alcorão 22:52)
A justificação de Mohamed foi que os outros profetas tiveram seus desejos adulterados por Satanás exatamente como ele teria feito, mas Deus tem corrigido toda a situação.
Algumas Implicações dos Versos Satânicos
Uma evento como este em que Mohamed fala palavras de Satanás e momentaneamente aceita a idolatria e politeísmo demanda algum comentário. Eu tenho seis obse
- Este é um evento real que deve ser considerado
São Ibn Ishaq, Wakidi, Ibn Sa'd, Tabari e Bukhari que relataram e aceitaram os detalhes deste evento. Se esta história foi contada por gente contrária ao Islã, então seria satisfatório questionar se porventura eles não teriam inventado esta história com o objetivo de desacreditar Mohamed. Mas é inconcebível que Ibn Ishaq, Wakidi, Ibn Sa'd, Tabari e Bukhari teriam inventado uma história de Mohamed aceitando ídolos. É vergonhoso que os relatos modernos da vida de Mohamed não incluam ou tratem adequadamente sobre este evento.
O Alcorão diz que os outros profetas também pecaram deste modo (Adão 7:189-192 e Aarão 4:163, 7:150-153, todos profetas 22:52), por esta razão não podemos discutir, partindo do Alcorão, que um profeta seria incapaz de fazer isto porque o Alcorão claramente diz que outros profetas o fizeram.
2. Este é um exemplo de ab-rogação
O evento dos Versos Satânicos mostra como um verso do Alcorão pode ser modificado ou apagado num tempo posterior. Este é um exemplo da doutrina Islâmica da ab-rogação. A Hadith também relata diversas outras ocasiões onde versos do Alcorão foram modificados, alterados ou apagados.
Al-Bara narrou:
Foi revelado: “Os fiéis permanecem em suas casas, jamais se equiparam àqueles que sacrificam os seus bens e suas vidas pela causa de Deus.” (Alcorão 4:95)
O Profeta disse, “Chame Zaid para mim e deixe-o trazer a tábua, o tinteiro e o omoplata”. Então ele disse, “Escreva: Os fiéis que permanecem em suas casas não se equiparam...”, e no tempo de ‘Amr bin Um Maktum, o cego estava assentado próximo do Profeta. Ele disse, “Oh, Apóstolo de Allá! Qual é seu mandamento para mim (concernente ao verso acima) sendo eu um cego?” Então, ao invés do verso acima, o seguinte verso foi revelado:
““Os fiéis, que, sem razão fundada (por alguma injúria ou são cegos ou aleijado), permanecem em suas casas, jamais se equiparam àqueles que sacrificam os seus bens e suas vidas pela causa de Deus.” (Alcorão 4:95) (Bukhari: volume 6, livro 61, número 512, Khan concordou).
Este relato claramente revela a revisão do verso 4:95 de sua forma inicial para a forma final. Este tipo de modificação é exatamente o que aconteceu no caso dos Versos Satânicos.
Aqui está outro exemplo. Neste caso o verso foi removido (cancelado) do Alcorão por completo.
Narrou Anas: ... Nós nos habituamos a recitar, “Informe nosso povo que temos encontrado nosso Senhor, Ele é favorável a nós e tem nos feitos favoráveis”. Tempos depois este verso foi cancelado. (Bukhari: volume 4, livro 52, número 57, Khan)
Deste modo os Versos Satânicos não são o único exemplo de lugar onde o Alcorão foi revisado e modificado. A modificação do Alcorão foi uma característica de como ele se desenvolveu. De fato, muitos versos foram modificados ou apagados porque fizeram o povo ter dúvidas sobre se Mohamed foi uma profeta genuíno e este assunto foi muito bem tratado no Alcorão:
E quando ab-rogamos um versículo por outro – e Deus bem sabe o que revela – dizem-te (a Mohamed): Só tu és dele o forjador! (Alcorão 16:101)
Esta modificação de remoção de versos também me faz duvidar que Mohamed foi um profeta genuíno. Por que Deus precisaria modificar, alterar ou apagar sua palavra? Certamente não iria Deus dá-la da maneira correta já na primeira vez? O fato que Mohamed teve que alterar o que ele recitou mostra que ele falou de si próprio e não de Deus. A doutrina inteira da ab-rogação [7] é apenas uma desculpa usada por Mohamed para justificar do fato que ele ter que alterar o que recitou para ficar cabível a cada situação.
Isto também mostra como são faltas as pretensões que os líderes Muçulmanos fazem sobre o Alcorão. Eles afirmar que o Alcorão veio diretamente de Gabriel para Mohamed, e Mohamed memorizou-a com seus seguidores e que elas nunca foram editadas:
O texto do Alcorão é totalmente autêntico... Ele tem permanecido como é, inalterado, sem edições, nada forjado de nenhum modo, desde o tempo de sua revelação. (M. Fethullah Gulen, Questions this Modern Age Puts to Islam, London: Truestar, 1993. p. 58)
Entretanto, todas as evidências que temos mostrado revelam que o Alcorão foi editado e revisado.
3. Satanás produziu uma Surata como esta
Um dos argumentos que os líderes Muçulmanos dão para provar que o Alcorão é milagroso é que ninguém é capaz de produzir uma Surata semelhante. Este desafio está no próprio Alcorão:
E se tendes dúvidas a respeito do que revelamos ao Nosso servo (Mohammad), componde uma surata semelhante à dele (o Alcorão). (Alcorão 2:23)
Eles dizem que o Alcorão é milagroso quanto à sua beleza e ninguém consegue fazer algo que se compare a ele. Porém o evento dos Versos Satânicos lança dúvidas sobre este argumento, porque neste evento Mohamed falou palavras de Satanás, mas todo mundo pensou que estes versos fossem parte do Alcorão porque
Os fiéis estavam mantendo que o que seu profeta trouxe de seu Senhor era verdade, não suspeitando algum equívoco ou um vão desejo ou deslize. (Ibn Ishaq, pp. 166)
Deste modo as fontes Islâmicas registram que Satanás produziu versos que soaram exatamente como os do Alcorão. Se eles não soassem como o Alcorão, então será que Mohamed, seus seguidores e os Quraysh teriam o aceitado?
4. Mohamed cometeu um pecado sério.
Aceitar a idolatria e o politeísmo é pecado, e por uma pequena faixa de tempo, enquanto ele estava declarando ser um profeta, Mohamed aceitou. É verdade que Mohamed se arrependeu e isto é crédito seu, mas este evento mostra uma grande falha em sua vida. Este evento não deve ser ignorado porque é inconveniente, ou penso que irrelevante, porque mostra que Mohamed foi como você e eu; ele teve que confessar seus pecados e pedir por perdão:
(Mohamed orou) Oh, Allá! Perdoe meu erros e minha ignorância e por exceder meus limites do que é certo em minhas ações; e perdoe-me o que quer que Tu saibas melhor que eu. Oh, Allá! Perdoe o erro que eu tenha cometido por brincadeira ou seriamente, e perdoe meu erros acidentais e intencionais, tudo o que está presente em mim. (Bukhari: volume 8, livro 75, número 408, Khan)
Sabe, portanto, que não há mais divindade, além de Deus e implora o perdão das tuas faltas, assim como das dos fiéis e das fiéis, porque Deus conhece as vossas atividades e os vossos destinos. (Alcorão 47:19)
5. Jesus e Mohamed
Mohamed foi tentado a reconhecer falsos deus para realizar seu desejo de que os Quraysh o aceitassem. Ele caiu nesta tentação e reconheceu seus deuses. Jesus também foi tentado a governar o mundo somente por reconhecer falsos deuses, mas quando Satanás tentou Jesus,
Vá embora, Satanás! As Escrituras Sagradas afirmam: “Adore o Senhor, seu Deus, e sirva somente a ele.” (Mateus 4:10 – Linguagem de Hoje)
Jesus foi tentado por Satanás exatamente do mesmo modo que Mohamed foi, mas diferentemente de Mohamed, Jesus nunca pecou. Jesus obteve sucesso e Mohamed falhou. Quão diferente Jesus é de Mohamed!
Ele não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano (I Pedro 2:22)
(Ele, Jesus) que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. (Hebreus 4:15)
Jesus é a única pessoa que ofereceu perfeita submissão a Deus. Ele é maior que Mohamed.
6. Este é um exemplo de como os desejos de Mohamed inspiraram o Alcorão.
Todas as fontes Islâmicas que tratam dos Versos Satânicos começam falando do desejo de Mohamed de ver os Quraysh aceitarem-no como um profeta:
Agora o apóstolo estava ansioso pelo bem-estar de seu povo, desejando atrair-los do mais distante que ele pudesse... ele (Mohamed) estava meditando sobre isto, e desejando trazer isto (reconciliação) a seu. (Ibn Ishaq, pp. 165).
Ele estava um dia assentado sozinho quando expressou um desejo: Eu gostaria que Allá não tivesse me revelado nada desagradável a ele. (Ibn Sa'ad, p. 237)
O Mensageiro de Deus estava ávido pelo bem-estar de seu povo e desejou efetuar uma reconciliação com eles de qualquer jeito que ele pudesse... ele aguardou em sua alma que algo poderia vir a ele da parte de Deus que pudesse reconcilia-lo com sua tribo... e ele debateu consigo mesmo e ferventemente desejou tal. (Tabari, pp. 107-108)
A partir deste ponto inicial o resto dos eventos dos Versos Satânicos ocorreu. Entretanto há outros exemplos de onde os desejos de Mohamed, e de seus companheiros também, comandaram as “revelações” de Allá. Considere estes quatro exemplos.
1. A direção da oração Islâmica
Aqui nós vemos que originalmente Mohamed orou voltado para Jerusalém, mas ele desejou que a direção fosse mudada. Então recebeu uma “revelação” de Allá (Alcorão 2:144) dizendo para agora voltar-se para Mecca.
Narrou Al-Bara: O Profeta orava voltado para Bait-ulMaqdis (i.e. Jerusalém) por dezesseis ou dezessete meses mas ele desejou que sua Qibla pudesse ser a Ka’ba (em Mecca). (Então Allá revelou (2:144) e ofereceu as orações de ‘Asr (em sua Mesquita, direcionado à Ka’ba em Mecca) e algumas pessoas oraram com ele... (Bukhari: volume 6, livro 60, número 13, Khan)
2. Quando Allá concordou com Umar
Aqui estão três ocasiões onde os desejos e em alguns casos, as exatas palavras de Umar, companheiro de Mohamed, se tornaram revelações de Allá.
Narrou ‘Umar (bin Al-Khattab): Meu Senhor concordou comigo em três coisas:
- Eu disse, “Ó Apóstolo de Allá, eu gostaria que tomássemos a localização de Abraão como nosso local de oração (para algumas de nossas orações). Então veio a Divina Inspiração:e tomem vocês (o povo) o local de Abraão como seu lugar de oração (para algumas de suas orações, e.g. duas Rakat de Tawaf de Ka’ab)”. (Alcorão 2:125)
- E com respeito ao (verso do) velamento das mulheres, eu disse, “ Oh, Apóstolo de Allá! Eu gostaria que você ordenasse suas esposas a se cobrirem por causa dos homens, porque bons e maus falam delas”. Então o verso do velamento das mulheres foi revelado. (Alcorão 24:31)
- Uma vez que as esposas do Profeta fizeram uma frente unida contra o Profeta, e eu disse-as, “Pode ser que ele (o Profeta) se divorcie de vocês, (tudo) o que seu Senhor (Allá) lhe dará serão esposas melhores do que vocês.” Então este verso (o mesmo que eu tenho dito) foi revelado.”(Alcorão 66:5). (Bukhari: volume 1, livro 8, número 395, Khan)
3. Privilégios sexuais de Mohamed
Na Surata 33 lemos sobre os privilégios sexuais de Mohamed.
Ó Profeta, em verdade, tornamos lícitas, para ti as esposas que tenhas dotado, assim como as que a tua mão direita possui (cativas), que Deus tenha feito cair em tuas mãos, as filhas de teus tios e tias paternas, as filhas de teus tios e tias maternas, que migraram contigo, bem como toda a mulher fiel que se dedicar ao Profeta, por gosto, e uma vez que o Profeta queira desposá-la; este é um privilégio exclusivo teu, vedado aos demais fiéis. (Alcorão 33:50)
A coisa mais espantosa sobre esta revelação é que a Mohamed são dados privilégios sexuais únicos que nenhum outro Muçulmano pôde ter! Este é normalmente o tipo de comportamento que associamos a um líder cultuado. Este privilégio é visto no verso seguinte também. Em 33:51 é dada uma revelação especial a Mohamed de que ele não teria que satisfazer seus desejos sexuais com suas esposas (somente), tal como era expresso. É muito interessante ler a resposta de Aisha a esta revelação:
Narrou Aisha:... Quando Allá revelou: “Podes (Mohamed) abandonar, dentre elas (as esposas), as que desejares e tomar as que te agradarem; e se desejares tomar de novo (temporariamente) a qualquer delas que tiveres abandonado, não terás culpa alguma. (Alcorão 33:51) Eu disse (ao Profeta), “Sinto que seu Senhor se apressa em realizar plenamente seus desejos e suas vontades.” (Bukhari: volume 6, livro 60, número 311, Khan)
4. Mohamed tomando a Zaynab como sua esposa
Mohamed teve um filho adotado chamado Zayd. Zayd teve uma bela esposa chamada Zaynab. Agora considere o seguinte:
Um dia o Mensageiro de Deus saiu a procura de Zayd. Havia uma tecido de crina cobrindo a passagem da porte, mas o vendo soprou e a passagem da porta ficou descoberta. Zaynab esta em seu quarto, despida, e admiração por ela entrou no coração do Profeta. (al-Tabari, The History of al-Tabari, vol. 8, “The Victory of Islam” (Trans. Michael Fishbein) Albany, N.Y.: State University of New York Press, 1997, p. 4)
Aqui vemos Mohamed visitando a casa de Zayd e vendo a esposa de Zayd “despida”. Estamos dizendo que, “admiração por ela entrou no coração do Profeta”. Os desejos de Mohamed foram óbvios para Zayd e então Zayd ofereceu divórcio a Zaynab, e então Mohamed pôde possuí-la. Inicialmente Mohamed recusou porque isto era considerado vergonhoso para a cultura pré-Islâmica, como em muitas culturas, casar-se com sua nora. Mas Mohamed recebeu esta revelação:
Deus não pôs no peito do homem dois corações; tampouco fez com que vossas esposas, as quais repudiais através do zihar, fossem para vós como vossas mães, nem tampouco que vossos filhos adotivos fossem como vossos próprios filhos. Estas são vãs palavras das vossas bocas. E Deus disse a verdade, e Ele mostra a (verdadeira) senda. (Alcorão 33:4)
Esta revelação é para dizer que filhos adotados não devem ser considerados filhos reais. Deste modo Zayd não era um filho de Mohamed. Isto agora justificava Mohamed tomar a Zaynab como sua esposa. E isto é o que foi “revelado” no verso 37.
... Porém, quando Zaid resolveu dissolver o seu casamento, permitimos que tu a desposasses... (Alcorão 33:37)
Deste modo, o que começou com os desejos que Mohamed teve quando viu Zaynab despida, finalizou com revelações de Allá anulando a adoção e dando Zaynab a Mohamed. Este exemplo, e outros que tenho dado nesta seção, e o evento dos Versos Satânicos, me convencem de que Mohamed profetizou de sua própria vontade e isto é porque eu não o aceito como profeta.
Notas
[1] Salman Rushdie, The Satanic Verses, London: Viking, 1988.
[2] Ibn Ishaq, Sirat Rasul Allah, translated as, The Life of Muhammad, (tr. A. Guillaume), Karachi: Oxford University Press, 1998.
[3] Ibn Sa'ad, Kitab Al-Tabaqat Al-Kabir, (tr. S Moinul Haq) New Delhi: Kitab Bhavan, no date.
[4] Al-Tabari, The History of al-Tabari, vol. 6, "Muhammad at Mecca" (trans. W. Montgomery Watt & M.V. McDonald), Albany, N.Y.: State University of New York Press, 1988, pp. 107-113.
* This article is a translation of "The Satanic Verses and their implications" - original
* Este artigo é uma tradução de "The Satanic Verses and their implications" - original
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